Nascida em 31 de maio de 1902 em Catalão, Vitorita Victor Rodrigues (Madre Lúcia) é filha de Cristiano Victor Rodrigues e Amazília de Campos Victor Rodrigues. Iniciou seus estudos com D. Leodegária de Jesus, aqui em Catalão, transferindo-se, em seguida, para o Rio de Janeiro e lá matriculou-se com interna do Colégio Regina Coeli, prestigiada escola da capital federal e cujas festas de formatura eram sempre prestigiadas pelo presidente da república. Ali foi aluna do então Presidente da Academia Brasileira de Letras, Conde de Laet. Priorisou o estudo de artes e de línguas, em particular o inglês, o italiano e o francês. Formou-se em 1918.
Em 1919 regressou a Catalão e, sentindo sua vocação religiosa, desejou entrar para a congregação das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, ordem fundada pela Santa Francisca Xavier Cabrini. Atendendo pedido de seu pai para que permanecesse em Catalão por mais alguns tempos, Vitorita sempre esteve a serviço de Deus. E foi assim que tornou-se o cérebro e o braço direito nos trabalhos de fundação do Colégio N. Sra. Mãe de Deus, fundado em fevereiro de 1921.
Deu aulas de português para as recém chegadas madres agostinianas, todas espanholas, organizou-lhes a casa, preparando o terreno para a abertura do colégio e, ao lado de Dagmar Netto Vaz, saía angariando o necessário para mobiliar a escola. Em julho de 1921, finalmente, as aulas deram início nquele que é um dos mais tradicionais colégios do Estado de Goiás.
Foram longos e trabalhosos anos de total dedicação ao Mãe de Deus, fosse em sala de aula, fosse providenciando as condições materiais para o pleno funcionamento do estabelecimento para, finalmente, em 1927, formar a primeira turma de normalistas.
Em 1928 foi para o Rio de Janeiro, ingressando no Convento das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus fundado por Madre Cabrini, canonizada Santa Americana, e em 1929 fez seu noviciado na Itália. De volta ao Brasil, agora como Madre Lúcia, em São Paulo cursou Letras e Teologia na Pontifícia Universidade Católica. Assumiu a direção do Colégio Madre Cabrini, em 1938 até 1967 e, escolhida Conselheira Geral da Ordem de Madre CAbrini (nesta época, morando ainda em São Paulo, eu e meu irmão Fábio fizemos a 1ª Comunhão no Colégio Madre Cabrini) voltou a Roma e de lá viajou por vários países da Europa, pelos EUA, pela América Central e Argentina. Fundou a Missão na Guatemala e na Nicarágua recebeu homenagem de visitante de honra tendo recebido a chave da cidade de Manágua. Em 1971 substituiu a Superiora Geral da Congregação e nesse cargo preparou o Capítulo Geral das representantes de todas a instituições da Ordem de Madre Cabrini no mundo. Poliglota, em 1970, através da Rádio Vaticano, dirigiu-se à América Latina. De 1974 a 1977 dirigiu a Escola Normal de Rio Pomba-MG. Novamente em Roma participou da Comissão de Estudos para a renovação das Constituições da Congregação e, representando a mesma comissão, participou do Congresso Missionário, de Lion, na França. Em 1978 assumiu como Superiora do Colégio Boni Consilii, em São Paulo. Coordenou, em 1980, em Roma, as comemorações do primeiro centenário da Congregação Sagrado Coração de Jesus e nesta oportunidade, mais uma vez, falou na Rádio Vaticano cujo pronunciamento versou sobre a missão de Madre Cabrini e publicou vários artigos sobre ela e, nas comemorações do centenário de Madre Cabrini proferiu palestra no Auditorium Augustinianum sobre “A realidade da pedagogia Cabriniana”.
Em 1981 foi pra Brasília trabalhar no Centro de Formação Intercultural para missionários estrangeiros.
Pelas informações obtidas, Madre Lúcia faleceu em Brasília e contava com mais de 100 anos.
Acessando o site do Colégio Madre Cabrini, no link "Histórico", o texto que é apresentado foi redigido por Madre Lúcia. Logo abaixo de uma sua fotografia, algumas informações sobre a vida e obra desta catalana e a data de seu passamento: 6 de janeiro de 2005, aos 102 anos.
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